O tributarista Leonardo Manzan examina como a retomada da tributação sobre lucros e dividendos vem ganhando força em diversas economias, impulsionada pela busca por maior equilíbrio fiscal e por políticas de redistribuição de renda.
No Brasil, a discussão foi reintroduzida com o debate sobre a reforma tributária, reacendendo questionamentos sobre a competitividade do país e o impacto dessa medida nos investimentos produtivos. A tendência global aponta para modelos híbridos, que combinam taxação parcial dos dividendos com deduções específicas, de modo a preservar o estímulo ao reinvestimento e à geração de empregos.
Leonardo Manzan informa os modelos internacionais e pontos de convergência
Para Leonardo Manzan, os países que avançaram na reestruturação da tributação de dividendos adotaram soluções que buscam neutralizar a dupla incidência sobre o lucro. Em nações da OCDE, como Canadá e Alemanha, o sistema concede créditos fiscais proporcionais ao imposto pago pela empresa, o que reduz a carga total sem comprometer a arrecadação. Já economias emergentes optaram por alíquotas moderadas e incentivos ao reinvestimento, garantindo equilíbrio entre competitividade e justiça fiscal.

No contexto brasileiro, a ausência de mecanismos compensatórios robustos gera apreensão entre investidores. O desafio está em evitar que a tributação sobre dividendos crie distorções entre empresas de diferentes portes. Leonardo Manzan destaca que a criação de um regime simplificado para pequenas e médias empresas seria uma medida de alinhamento com as práticas internacionais, preservando o espaço fiscal e evitando sobrecarga administrativa.
Impactos sobre investimento e reinvestimento de lucros
A experiência de outros países mostra que a forma de aplicação da tributação é mais relevante que a alíquota em si. Quando a cobrança ocorre de maneira previsível e acompanhada de incentivos ao reinvestimento, o impacto sobre o crescimento tende a ser limitado. Leonardo Manzan aponta que o Brasil precisa estabelecer um modelo de transição gradual, que permita às empresas readequar suas estruturas societárias e planejar financeiramente a nova carga tributária.
A previsibilidade das regras é um dos fatores mais valorizados pelos investidores estrangeiros. Mudanças abruptas de política fiscal podem gerar retração temporária no fluxo de capitais e reduzir a atratividade do mercado nacional. Leonardo Manzan ressalta que um modelo de tributação que valorize a transparência e a estabilidade normativa é fundamental para sustentar a confiança no ambiente de negócios.
@leonardosiademanzanImpactos econômicos da reforma tributária: análise de Leonardo Siade Manzan Com a reforma tributária, o Brasil pode entrar em um novo ciclo de desenvolvimento econômico, mas também enfrenta desafios para equilibrar arrecadação e competitividade. Leonardo Siade Manzan avalia os impactos esperados para empresas, trabalhadores e consumidores, destacando como a unificação e a simplificação dos tributos podem influenciar preços, investimentos e o ambiente de negócios a longo prazo. #LeonardoSiadeManzan #QueméLeonardoSiadeManzan #OqueaconteceucomLeonardoSiadeManzan #LeonardoSiade #LeonardoManzan #operaçãozelotes
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Desafios técnicos e harmonização global
As discussões internacionais sobre tributação de lucros e dividendos estão cada vez mais associadas às iniciativas de harmonização fiscal lideradas pela OCDE e pelo G20. A criação do “Pillar 2”, que estabelece uma alíquota mínima global, representa um marco nesse processo. Leonardo Manzan expõe que essa política tende a reduzir a concorrência tributária entre países e a dificultar estratégias de planejamento agressivo baseadas em paraísos fiscais.
O Brasil, ao se alinhar a essas diretrizes, poderá ampliar sua credibilidade e atrair investimentos de longo prazo. Entretanto, será necessário ajustar normas internas de preços de transferência, tratados internacionais e regimes de compensação, de modo a garantir compatibilidade com as novas regras. Esse alinhamento é uma oportunidade para modernizar a legislação e inserir o país em um patamar mais competitivo de governança tributária.
Perspectivas e caminhos possíveis
O futuro da tributação de lucros e dividendos dependerá da capacidade do Estado de equilibrar eficiência arrecadatória e estímulo à atividade econômica. A combinação entre taxação moderada, incentivos ao reinvestimento e simplificação de obrigações acessórias pode criar um modelo fiscal mais coerente com as práticas internacionais.
A construção de um sistema previsível, transparente e estável será essencial para que o Brasil consiga adotar a tributação de dividendos sem comprometer a competitividade das empresas. Leonardo Manzan conclui que a adoção de um regime equilibrado, orientado por boas práticas globais, representa não apenas uma medida de justiça tributária, mas também um passo importante para consolidar um ambiente de negócios moderno e sustentável.
Autor: Melana Yre

